Vai viajar para Austrália? Agora, estudantes são obrigados a contratar seguro

Os estudantes que querem fazer intercâmbio na Austrália devem ficar mais atentos na hora de contratar um curso. Desde o início deste mês, para conseguir o visto, a embaixada do país adotou a contratação obrigatória do OSHC (Overseas Student Health Care) como nova regra. O plano é um seguro saúde que permite aos estudantes utilizar a rede pública australiana.

E qual a diferença entre o seguro viagem, que turistas costumam contratar nas seguradoras, e o plano obrigatório para o visto australiano?

“O seguro viagem é mais abrangente e cobre desde despesas médicas, assistências jurídica e financeira e uma gama de serviços para os turistas, dependendo do tipo de viagem e local”, afirma o corretor de seguros Rafael Turra. “Para estudantes, o seguro é mais simples, mesmo porque a necessidade deles é menor”, explica.

O seguro saúde necessário para o visto cobre despesas básicas de saúde e dá direito ao estudante de utilizar a rede pública de saúde. De maneira geral, o OSHC cobre serviços hospitalares e não-hospitalares, prescrição de remédios e utilização de ambulâncias. Contudo, nos atendimentos, o estudante terá de arcar com parte do pagamento, tendo como base uma tabela utilizada na rede pública australiana, a Medicare Benefits Schedule.

Outra diferença é que os seguros de viagens podem ser contratados por empresas de seguro, ao passo que o OSHC só pode ser contratado por empresas australianas, por meio das escolas contratadas pelos estudantes. Turra explica que os estudantes podem adquirir o plano por aqui mesmo, porém, apenas com empresas australianas que tenham filial no Brasil. “De qualquer forma, a escola sempre dá orientação aos estudantes”, afirma.

Particularidades

Então, o estudante que não tiver o OSHC não vai ser atendido na rede pública da Austrália?

“Vai ser atendido, mas a conta vai chegar na casa dele, quando ele voltar para o Brasil, e é alta”, lembra Turra. Contudo, essa situação dificilmente ocorrerá, já que o plano é obrigatório para a concessão do visto, mesmo para aqueles que contratam o seguro viagem ou um plano de assistência. “Nada impede que um intercambista contrate outros seguros”, diz Turra.

O corretor até aconselha a contratação, mas ele lembra que um estudante não precisa ter um seguro mais abrangente. “Eles já vão ficar hospedados em um lugar pré-determinado, geralmente nas escolas, com atividades agendadas, então, a necessidade de um seguro de viagem é mínima”, comenta.

Outra particularidade é o preço. Já que o OSHC é bem mais simples que um seguro ou plano, os preços também são menores. Para se ter uma ideia, estudantes que pretendem ficar três meses no país devem pagar em média AU$ 90 (dólares australianos) pelo plano. Já para quem vai ficar seis meses estudando na Austrália, o seguro saúde fica em média por AU$ 180 e para quem vai ficar 12 meses, a média é AU$ 370.

Cada país, uma necessidade

A Austrália não é o único país que faz exigências deste tipo. Outros tantos também adotam o seguro como um critério para que turistas possam entrar no país. Um exemplo são aqueles que assinaram o Tratado de Schengen – assinado por Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Itália, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal e Suécia -, que exige que os turistas contratem planos de assistência ou seguros de viagem com valor mínimo de cobertura de 30 mil euros, que garantam, ao menos, os gastos com despesas médicas.

Turra explica que as exigências são normais, já que o montante que os governos pagam devido aos gastos médicos gerados pelos turistas é alto. “Cada país vê a sua necessidade. A preocupação, de forma geral, é evitar prejuízos”, explica. Para o corretor, as obrigatoriedades têm um cunho político já que, no caso da obrigatoriedade australiana, a contratação deve ser feita apenas em empresas daquele país. “Nossos planos de assistência em viagem claramente poderiam cobrir a exigência deles”, afirma.

Data: 28.07.2010 – Fonte: Infomoney

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